quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Saudade que o coração sente...

Hoje seria aniversário dele, mas confesso que nem sempre eu lembro, não sou do tipo que guarda datas. O importante é que eu sei que ele é meu pai com todo o amor que ele pode dar e eu com toda a felicidade de receber. Eu lembro dele com meu coração, com as músicas que ele tocava, quando me colocava no colo pra assistir novela (era assim que eu sossegava), com as olhadas indagadoras por cima dos óculos e cara de "não estou gostando nada disso". Com os inúmeros apelidos que me dava e quando me olhava com seus olhos azuis de dar inveja de um jeito que eu entendia por " eu te amo mais que tudo".

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Contranarciso - Paulo Leminski

Em mim eu vejo o outro e outro e outro, enfim dezenas, trens passando, vagões cheios de gente, centenas. O outro que há em mim é você, você e você. Assim como eu estou em você eu estou nele, em nós e só quando estamos em nós estamos em paz mesmo que estejamos a sós.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Visitar sim, ficar não.

As vezes a vida parece ser tão injusta que da pra sentir a frustração apertando o peito. Dói, dói muito. Bom dia dona tristeza, pode chegar, se acomode, tenha seu tempo, deixe sua cicatriz e aprofunde alguns sulcos no meu rosto. Ah!! Mas depois de tudo isso vá embora. Visita longa não faz bem pra alma e pode lhe fazer escrava dela. Eu acho que vc não quer isso, são muitos corações pra visitar, não se prenda ao meu. Portanto venha, mas lembre-se de ir embora para que eu possa me reinventar.

Diários

Eu não escrevo mais diários. Por alguma razão que não sei explicar eu não conto mais meus dias para a folha pautada.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Aniversário...

Aniversários são datas especiais pra mim, especialmente o meu aniversário, pois foi o dia que eu deixei definitivamente a casa espiritual para iniciar minha experiência aqui. O que quero dizer com isso? Digo que sim. Sim, eu acredito que o espírito não morre, mas não é disso que eu quero falar, quero falar de aniversários. Eu imagino que as pessoas tenham muitas histórias pra contar sobre as suas datas e com certeza algumas bem tocantes. Eu tenho uma que me acompanha desde a tenra idade e é minha melhor versão de aniversário. Por muitos anos meus pais costumavam me acordar no meu aniversário cantando parabéns bem baixinho, o tom da voz na mesma altura e com a mesma suavidade da canção de ninar. Eu ia abrindo os olhos aos poucos e ia olhando aquela dupla que me observava com tanto amor, que minha primeira reação era me espreguiçar e abrir um sorriso preguiçoso de agradecimento. Eu adorava isso que eles faziam, eles festejavam, eles me festejavam. Eu era a concretização do significado do amor que nutriam um pelo outro. Num desses anos o dia amanheceu chovendo (eram as águas de março fechando o verão) e eu com o sorriso amarelo chateado resmunguei pra minha mãe sobre a injustiça do tempo comigo. Como toda mãe amorosa ela tirou uma pequena história da cartola me dizendo: - Filhota, essa chuva é festa no céu, é seu aniversário e todos os anjos estão emocionados por isso. Esse choro de felicidade é por vc. Essa lembrança sempre faz abrir um sorriso no meu rosto. Minha mãe, meu pai, meu aniversário, a chuva...

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sobre o carnaval...

Eu já gostei de carnaval, mas aquela festa de carnaval ingênua, onde o desejo único era brincar com a família ou com os amigos. Meu pai era músico (tocava trombone) e meu primeiro baile de carnaval por volta dos 5 anos foi com meu pai tocando pra mim. Pra ele era trabalho, pra mim uma festa particular que ele tinha deixado outras crianças participarem. Me lembro de vê-lo tocar no palco toda faceira dançando e ele de longe todo orgulhoso me olhando...